segunda-feira, 25 de julho de 2011

IBGE: 63,7% dos brasileiros acham que cor ou raça tem influência em suas vidas

O estudo feito pelo IBGE "Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça", que coletou informações em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil domicílios, revela que 63,7% dos entrevistados reconhecem que a cor ou raça influencia na vida. Entre as situações nas quais a cor ou raça têm maior influência, o trabalho aparece em primeiro lugar, seguido pela relação com a polícia/justiça, o convívio social e a escola.

Dos entrevistados, 96% afirmam saber a própria cor ou raça. As cinco categorias de classificação do IBGE (branca, preta, parda, amarela e indígena), além dos termos "morena" e "negra", foram utilizadas.
Entre as dimensões da própria identificação de cor ou raça, em primeiro lugar vem a "cor da pele", com 74% de citações, seguida por "origem familiar" (62%), e "traços físicos" (54%).
Entre as unidades da federação pesquisadas, o maior percentual de resposta afirmativa foi registrado no Distrito Federal (77,0%) e o menor, no Amazonas (54,8%). As mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles. Na divisão por grupos etários, os maiores percentuais de resposta afirmativa ficaram com as pessoas de 25 a 39 anos (67,8%), seguidas pelas pessoas de 15 a 24 anos de idade (67,2%). Os dois grupos se alternam na liderança desse quesito em todos os estados, mas no Distrito Federal o destaque é do grupo de 40 a 59 anos, com 79,5%.

Portal Geledes

sábado, 16 de julho de 2011

Porque a população negra no Brasil é chamada de minoria?

     Nos dias atuais muito se fala em preconceito e discriminação racial no Brasil, e um dos grandes questionamentos é: Se a população afro-descendente é de cerca de 50% da população total do Brasil, por que ainda são chamados de minoria?
Para essa pergunta existem inúmeras respostas. A primeira elas está na não aceitação por uma boa parte das pessoas de que existe o preconceito racial no Brasil. Aqui costuma-se dizer que somos um país mestiço e que a verdadeira discriminação refere-se a classe social, e não a cor da pele.
Para entender melhor essa situação, conceituo preconceito racial de acordo com a Convenção Internacional para a Eliminação de todas as Normas de Discriminação Racial da ONU, em 1968, conforme o artigo 1º, em que discriminação racial:

“significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdade fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”.

Portanto entende-se que discriminação é toda e qualquer atitude que impeça uma pessoa de exercer os seus direitos de igualdade, ao igual direito de oportunidades e à democracia, entendida como a possibilidade de todos s indivíduos participarem de forma ativa e eficaz na construção da sociedade.

A palavra minoria no dicionário Aurélio, está assim descrita:

“4. Antrop. Sociol. Subgrupo que, dentro de uma sociedade, considera-se e/ou é considerado diferente do grupo maior e dominante, em razão de características étnicas, religiosas, ou de língua, costumes, nacionalidade, etc., e que em razão dessas diferenças não participa integralmente, em igualdade de condições, da vida social.”

A população negra se vê podada em vários direitos básicos e fundamentais, como educação, trabalho e respeito a sua dignidade. Esses direitos são pra todos, segundo nossa Constituição, mas ainda muitos negros e pardos sofrem com a indiferença da maioria da sociedade brasileira.
Em função dessa desigualdade racial e social, ainda a população negra é considerada minoria. Precisamos continuar discutindo, exigindo direitos e debatendo, para que possamos diminuir com essa desigualdades.



 Professor Galindo Pedro Ramos