sexta-feira, 26 de abril de 2013

O básico sobre religiões de matriz africana


Em solo brasileiro a religiosidade de origem africana adaptou-se à realidade do regime escravocrata e cristão-católico. Contudo, mesmo sob grande privação, a força milenar da fé desse povo (re)nasceu das cinzas nas senzalas das fazendas e nos quilombos, formando uma vasta gama de denominações religiosas “afro-brasileiras”.
Conhecemos as religiões afro-brasileiras como Candomblé, Batuque (no RS), Umbanda (a mais tipicamente brasileira), Xangô, Tambor de Minas, Cabula, Encantaria, entre outras tantas.
Com a vinda dos povos africanos ao Brasil - aqui vendidos como mercadoria destinada à escravidão - veio também sua milenar cultura e formas de cultuar Deus e outras entidades transcendentes. Não se trata, portanto, de uma cultura e religiosidade qualquer: quando falamos da África, precisamos ter em conta de que aquele continente vem a ser o berço da raça humana e, por conseguinte é, igualmente, um importante polo cultural onde se desenvolveram as primeiras grandes religiões do mundo, o culto aos ancestrais, os Orixás.
A diversidade nominal das religiões de matriz africana deve-se, em parte, às diferentes nações que deram origem ao povo africano no Brasil. Destacam-se as nações Keto, Angola e Banto.
Um Deus, diversas divindades
As religiões de matriz africana, ao contrário do que se poderia imaginar, não são religiões politeístas. São monoteístas. Conforme a tradição Yorubá, Olodumaré (ou Olorum) é o nome do único Deus Supremo, o Senhor absoluto sobre o que há no céu e na terra. Olodumaré é Único, Criador, Rei, Onipotente, Transcendente, Juiz e Eterno. Não recebe cultos e oferendas diretamente. Mas sempre que um africanista invoca uma divindade, a oração inicia por Axé (se Deus puder aceitar esta minha oração).
As divindades que recebem cultos e oferendas são os Orixás. São figuras divinizadas a serviço do governo do mundo. Algumas destas, ao lado de Olodumaré, participaram da criação do mundo (Oxalá, Oxum e Iemanjá). Outros são ancestrais. São homens e mulheres que, por suas vidas exemplares, foram divinizados e agora personificam forças e fenômenos naturais. Cada Orixá representa uma força da natureza. Por isso muitos classificam estas religiões como animistas. Quando um devoto dessas religiões invoca seu Orixá, ele se refere às forças da natureza pertencentes à criação do Pai Olodumaré.
Os Orixás
Entre outros, os mais cultuados são:Exu (Bará): cuida dos prazeres, da virilidade, da procriação. Vestido com um manto vermelho e correntes, cumpre a função de ligar o humano ao espiritual.

Ogum: envolto em vestes de metal e cheio de armas, é o dono do ferro forjado e o que dele derivar. Sua força se destina aos que precisam de socorro imediato.
Iemanjá: veste-se como as ondas do mar e sua espuma. Enfeitada de estrelas e conchas marinhas, recebe a incumbência de iluminar as estrelas e cuidar da clareza dos pensamentos dos filhos de Olodumaré.
Iansã: traz ventos e frescor. Coberta de exuberantes adornos de cobre, administra os montes com seus ventos. Proporciona alegrias, moradia e panelas fartas em alimentos.
Xangô: se apresenta como força incandescente. A ele cabe zelar para que em cada amanhecer o sol traga seu calor e claridade, e que, por sua força e sabedoria, seja feita a justiça. Também cuida do jogo.
Odê e Otim (Oxossi): enfeitados com peles e penas, têm a função da caça e da pesca, bem como cuidam da alimentação. E por serem jovens cheios de vitalidade, assumem o cuidado do crescimento das crianças.
Obá: simples, firme, seguro e adornado com uma navalha, tem a seu encargo a guarda dos caminhos. Ademais, Olodumaré ordena que Obá zele pelas amizades e que corte as intrigas com a sua navalha.
Oxalá: é o mais velho dos filhos de Olodumaré. Usa vestido de algodão branco e cumpre a função de administrar a evolução espiritual e a paz entre todos os seres humanos.
Ossanha: veste folhas e sabe lidar com as ervas (plantas) que curam.
Oxum: revestida de ouro e riquezas, é a responsável pela beleza e pela fecundidade. Assume a tarefa de harmonizar os lares, cuidar das famílias, das crianças, das nascentes dos rios e da água doce.
Para cada momento da vida de uma pessoa, família ou grupo social a cultura religiosa africanista destina a proteção de um ou mais Orixás. Não há espaço para a solidão ou para a falta de proteção divina. Tudo que é da vida é da religião.
Além da interligação do humano com o divino, as Religiões dos Orixás (permita denominá-las assim) cumprem também importante papel social na vida de seus adeptos. A dura vida do trabalho forçado, a marginalização e o racismo que os acompanha desde os primórdios da escravidão, encontrou nos terreiros, sob a proteção dos Orixás, um importante lugar de liberdade e experiência cidadã. Mas não só naquele tempo. A maioria dos negros ainda hoje permanece na periferia da sociedade devido a um avassalador processo de marginalização e exclusão social. Por isso, os terreiros das religiões de matriz africana continuam sendo um privilegiado lugar de integração social e formação cultural. É nos terreiros que eles se sentem acolhidos e respeitados.
Axé!
Inácio José Spohrprofessor, irmão jesuíta, Instituto Humanitas, Unisinos, São Leopoldo, RS.
Pai Dejair de Ogumbabalorixá, Instituto Humanitas, Unisinos, São Leopoldo, RS.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Chimamanda Ngozi Adichie




A escritora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie, nasceu em Abba, no dia 15 de setembro de 1977, mas cresceu na cidade universitária de Nsukka, no sudeste da Nigéria, onde se situa a Universidade da Nigéria. Seu pai era professor de Estatística na universidade, e sua mãe trabalhava como secretária no mesmo local. Quando completou dezenove anos, deixou a Nigéria e se mudou para os Estados Unidos. Depois de estudar na Universidade Drexel, na Filadélfia, Chimamanda se transferiu para a Universidade de Connecticut. Fez estudos de escrita criativa na Universidade Johns Hopkins de Baltimore, e mestrado de estudos africanos na Universidade de Yale.
Seu primeiro romance, Purple Hibiscus (Hibisco roxo), foi publicado em 2003. O segundo romance, Half of a Yellow Sun (Meio sol amarelo), foi assim chamado em homenagem à bandeira da Biafra, e trata de antes e durante a guerra de Biafra. Foi publicado pela editora Knopf/Anchor em 2006, e ganhou o Orange Prize para ficção em 2007.




...: VII SEMANA DA ÁFRICA : IDENTIDADES AFRICANAS NA PR...

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Calendário internacional da cultura negra

Informações sobre datas que marcaram a história do negro no Brasil e no mundo...
Acesse o calendário no link: http://www.palmares.gov.br/2011/03/calendario-internacional-da-cultura-negra-2/

quinta-feira, 4 de abril de 2013

MARTIN LUTHER KING

"Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados pelo caráter, e não pela cor da pele."
                                                                    Martin Luther King



Hoje, dia 04 de abril de 2013, fazem 45 anos da morte do mais atuante ativista político, lutador pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e combatente do preconceito racial, que o mundo já viu.
Foi assassinado em um hotel em Memphis, por um opositor, nos Estados Unidos aos 39 anos. O assassino, um homem branco, foi condenado a 99 anos de prisão.
Martin Luther King nasceu no dia 15 de janeiro de 1929 em Atlanta.
Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico Crozer e, em 1955, concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de Boston.

Em 1954 Martin Luther King iniciou suas atividades como pastor em Montgomery, capital do estado do Alabama, quando começou a luta contra o preconceito racial, quando do incidente em que uma cidadã chamada Rosa Parks ,recusou-se a ceder seu lugar para um branco num ônibus, King liderou um forte boicote contra a segregação racial. O movimento durou quase um ano, King chegou a ser preso, mas ao final a Suprema Corte decidiu pelo fim da segregação racial nos transportes públicos.
Seu evento mais importante foi quando conseguiu reunir 200.000 pessoas e proferiu o discurso “Eu tenho um sonho”, em Washington, no dia 28 de agosto de 1963. O discurso foi tão Importante que deu origem à lei dos Direitos Civis de 1964. Em 1965, foi publicada a lei dos direitos de voto dos negros.
Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1964. 
Em 1983, a terceira segunda-feira do mês de janeiro foi decretada feriado nacional, nos Estados Unidos, em homenagem ao aniversário de Martin Luther King. 



Parte do discurso de Martin Luther King, em Washington, em 1963.


Fontes:

PEABED - Periódico de Estudos Afro-Brasileiros e Diversidade: Impacto das Cotas nas Universidades Brasileiras

PEABED - Periódico de Estudos Afro-Brasileiros e Diversidade: Impacto das Cotas nas Universidades Brasileiras: Impacto das Cotas nas Universidades Brasileiras Depois de publicado o primeiro livro em que mostrou o processo de decisão das cotas em 11 ...